Vale a pena conferir! A matéria está muito boa, então para você que está curioso com a estória assim como eu não pode deixar de ler *-*
Morte e mistério na feira literária
Ano passado, quando estreou na ficção com Réquiem para um assassino, o escritor paulistano Paulo Levy revelou que a trama do livro chegou até ele num lampejo inesperado, enquanto estava em Paraty, litoral do Rio de Janeiro. À época, a misteriosa conversa entre o movimento das marés e a imobilidade da areia impulsionou um thriller policial, iniciado pela descoberta de um corpo na praia. Nas páginas, Paraty virou Palmyra. E a quem coube a tarefa de investigar o caso? Ao delegado Joaquim Dornelas. Agora, Levy, que publica por selo próprio, o Bússola, e planeja lançar mais volumes ano após ano, coloca o detetive diante de outro crime, cometido durante a Festa Literária Internacional de… Palmyra. Esse é Morte na Flip.
“O livro não trata da Flip. É só um crime que acontece na festa”, anuncia o autor. Ele visitou o mais prestigiado encontro literário do país em 2010. Não apenas para conhecer as “locações” de perto. Foi como um escritor interessado nos painéis de discussão e no ambiente de festejo da escrita criativa. Então, Levy se viu “nos sapatos do Dornelas”, bebendo a cachaça que o personagem adoraria tomar e andando nas calçadas que ele andaria. Enquanto perambulava pela feira, o escritor tentou se impregnar de uma Paraty — ou de uma Palmyra, melhor dizendo — em estado de graça. “Procurei buscar o tom exato, a empolgação da cidade, as luzes acesas, os restaurantes entulhados de gente, o serviço às vezes atrapalhado”, enumera.
Paulo Levy usa Paraty como cenário para o romance policial Morte na Flip
Um detetive apaixonado
Levy achou que o contraponto perfeito para tanto glamour e erudição seria um crime — e, com ele todos os procedimentos burocráticos, jurídicos e policiais incluídos na revista de evidências e depoimentos. Dornelas, em Morte na Flip, aparece menos amargo e solitário do que na primeira aventura. Enquanto quebra a cabeça para solucionar o aparecimento de um corpo vazado com golpes de faca, achado na praia Brava, ele precisa lidar com sentimentos de um homem comum: o relacionamento confuso com Dulce Neves, legista-chefe do IML, amiga e affaire, e a paternidade problemática, exercida com dificuldades. “Acho esse tipo policial triste meio estereotipado e batido. Ele se apaixona, por que não? Será que por isso vai perder a habilidade de divulgar um caso? Isso deixa o personagem mais vulnerável”, explica. Levy quer levar as histórias de Dornelas para o cinema. Mas, por ora, quer primeiro dar corpo ao personagem e desenvolvê-lo em mais livros. “Tenho acordo com uma produtora. Mas, no momento, preciso de investimento para o roteiro”, informa. O terceiro livro do herói já tem um esqueleto pronto. “Vai envolver a maçonaria. E Paraty tem história bastante antiga e profunda com ela. Acho que as meias verdades que amaçonaria divulga ou não divulga tornam o assunto interessante”, adianta.
FELIPE MORAES
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